by João Carlos Correia (Coord.), João Canavilhas, José Ricardo Carvalheiro, Gil Baptista Ferreira, Ricardo Morais, João Carlos Sousa e João Nuno Sardinha (Designer do Projecto)
Coleção: Livros LabCom
Ano da edição: 2014
ISBN: 978-989-654-189-7
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Sinopse
O campo do jornalismo tem vindo a ser atravessado, nas últimas décadas, por reflexões teóricas e experiências que visam melhorar o relacionamento entre os públicos e a vida comunitária, tentando incentivar esses mesmos públicos a participar no debate das questões de interesse colectivo.
Sob a influência de elementos teóricos projectados pela teoria da democracia deliberativa, pela reflexão comunitarista e pela obra de John Dewey e também das transformações tecnológicas que incentivam a interactividade, o jornalismo implica hoje uma referência ao reforço da participação dos públicos na cidadania e ao papel que o jornalismo pode desenvolver no reforço dessa participação (Dewey, 2004; Mesquita, 2003; Dahlgren & Sparks, 1991).
Simultaneamente, o jornalismo público tem-se afirmado como um movimento que visa ultrapassar alguns contextos de crise que dificultaram o relacionamento entre o jornalismo e a vida cívica, nomeadamente a orientação exclusivamente dirigida para o mercado, o reforço da tendência conhecida pela fusão do entretenimento com a informação (infotainment), o incremento das soft news, e a excessiva dependência de fontes oficiais e de rotina.
Neste contexto, o projecto “Agenda dos Cidadãos: jornalismo e participação cívica nos media portugueses”1 surgiu com o objectivo fundamental de identificar, fomentar e experimentar práticas jornalísticas que contribuam para reforçar o compromisso dos cidadãos com a comunidade e a deliberação democrática na esfera pública, numa perspectiva de fortalecimento da cidadania, seguindo o exemplo do chamado jornalismo público e, eventualmente, outras formas de jornalismo comunitário (Glasser, 1999; 2002).
A ideia orientadora fundamental do projecto foi a análise da possibilidade de substituir uma agenda determinada, maioritariamente, por definidores primários, por uma agenda em que também se desse visibilidade às questões de interesse público identificadas pelos públicos dos media (Charity, 1995).
Índice
1 Enquadramento teórico - 7
1.1 As práticas jornalísticas e o compromisso dos cidadãos com a comunidade: o jornalismo público - 8
1.2 A imprensa regional e a introdução de práticas de jornalismo público -13
2 Enquadramento e desenho metodológico - 9
2.1 Análise de Conteúdo dos Jornais - 22
2.2 Inquérito aos Jornalistas - 24
2.3 Entrevistas aos Directores dos Jornais - 26
2.4 Estudo de Opinião Longitudinal: Sondagens e Período Experimental - 28
2.4.1 Constrangimentos na Identificação da “agenda dos cidadãos” - 33
2.5 Grupos de Foco - 34
2.6 O percurso metodológico e as técnicas de recolha de dados - 36
3 Apresentação dos principais resultados - 39
3.1 As práticas de construção noticiosa dos jornais regionais - 40
3.2 Jornalistas, princípios e critérios de produção noticiosa - 50
3.3 Entre as administrações e as redacções: o papel dos directores - 63
3.4 Da “agenda dos media” à “agenda dos cidadãos” - 70
3.4.1 Identificação das questões de interesse coletivo: a “agenda dos cidadãos” - 71
3.4.2 O desenvolvimento de trabalhos jornalísticos em função da “agenda dos cidadãos” - 82
3.4.3 A agenda ditada pelos interesses dos cidadãos e os trabalhos jornalísticos: a percepção dos leitores - 92
3.5 A participação dos cidadãos no debate público: o caso da introdução de portagens nas SCUTS - 102
Considerações Finais - 107
Referências bibliográficas - 113
Anexos - 119
I – Categorias de Análise - 120
II – Guião do Inquérito aos Jornalistas - 132
III – Guião das Entrevistas aos Directores - 139
IV – Guião da 1ª Inquirição no Estudo de Opinião - 141
V – Guião da 2ª Inquirição no Estudo de Opinião - 148
VI – Guião dos Grupos de Foco - 154
VII – Práticas de construção noticiosa dos jornais regionais - 156
VIII – Jornalistas, princípios e critérios de produção noticiosa - 160
IX – Transcrição das Entrevistas aos Directores - 165
X – A participação dos cidadãos no debate público: o caso da introdução de portagens nas SCUTS - 233