Type Rider: jogo documentário sobre a história da tipografia - Charles Ayats, design de interface
Embora a imagem em movimento tenha um papel cada vez mais importante nos web-documentários, a sua presença enquanto formato está ainda presa a áreas fixas de páginas de texto com interação por scroll. Os conteúdos de vídeo residem em contentores fechados sobre si mesmos com pouca ligação aos restantes conteúdos web.
Para se poderem criar verdadeiros documentários nativos da web precisamos de uma rutura, permitir a sua reconfiguração dinâmica e ligar os seus pontos de contacto aos outros conteúdos. Precisamos de pensar o filme como independente do género, uma arquitetura de informação não linear, tendo o tempo como a sua instância de controlo e as ligações espaço-temporais como navegação primária. Desenvolver um melhor entendimento do ambiente tecnológico é assim uma requisito chave para produtores, realizadores e contadores de histórias.
Diferentes níveis de interatividade são possíveis hoje em dia e estão a mudar a forma como a narrativa do documentário se relaciona com a realidade. Serão examinadas mecânicas de jogos aplicadas a experiências interativas e tentar-se-á encontrar a essência da experiência imersiva, interativa e lúdica no web-documentário.
A evolução tecnológica trouxe várias transformações na forma como comunicamos e como contamos histórias. Neste contexto, os desafios para a produção de narrativas são variados, um deles é como podemos cumprir as expectativas da audiência num ambiente cada vez mais fragmentado.
Estão as empresas de media preparadas para responder à paisagem e às transformações tecnológicas e alteração dos comportamentos dos públicos?
Que tipos de narrativa estão a surgir, a fim de atender às expectativas do público?
As narrativas Transmedia são histórias contadas através de várias plataformas em que cada uma realiza o que faz de melhor. Assim, a história pode ser introduzida num filme, expandir-se para a televisão ou banda desenhada e o seu universo pode ser explorado num jogo, todos esses desdobramentos têm de ser suficientemente independentes para permitir o seu consumo autónomo.
Inteligência coletiva é um conceito surgido a partir dos debates promovidos por Pierre Lévy sobre as tecnologias da inteligência, caracterizado por um novo tipo pensamento sustentado por conexões sociais que são viáveis através da utilização das redes abertas da Internet. Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade.
Programa Geral: 1. História da Narrativa; 2. Narrativa linear; 3. Narrativa não-linear; 4. Audiência passiva/Audiência participativa; 5. Cultura convergente; 6. Conectar com o público; 7. Transmedia: oportunidades e desafios; 8. Desenvolver mundos e história que se estendam por várias plataformas; 9. Estado da Arte
Joscha Jaeger é um criativo-tecnólogo e investigador, trabalhando há muitos anos no campo do filme para a web e motores de busca dedicados a conteúdos de vídeo. A sua investigação e desenvolvimento foca-se sobretudo no filme como arquitetura de informação e acredita no poder dos conceitos de código aberto para imagens em movimento. Joscha tem co-organizado a "Workshop on Interactive Content Consumption" na ACM International Conference on Interactive Experiences for Television and Online Video há cerca de 3 anos e foi também mentor da iniciativa "Popathon HackJams" para desenvolvimento de formatos narrativos nativos da web. Em paralelo continua a desenvolver o software "FrameTrail" Open Hypervideo Environment.
Charles Ayats é Mestre em Interactive Digital Experience pela École de l'image Les Gobelins em Paris. Como designer de interação para documentários interativos cria experiências de participação, muitas vezes enriquecidas com mecânicas de jogo para facilitar a transmissão de conhecimento, tal como é o caso de Type:Rider (2013) sobre a história da tipografia. Procurando sempre novos formatos para contar as suas histórias está particularmente interessado na realidade virtual (VR), como atesta SENS VR (2016) uma adaptação de uma banda desenhada francesa sobre uma narrativa do absurdo.
Rafael Antunes frequenta o Doutoramento em Ciências da Comunicação na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Recentemente participou do curso em narrativa vídeo 360º VR no Graduate School of Journalism na University of California, Berkeley, frequentou o curso "Elements of Journalism" da Universidade Lusófona. Convidado a participar no projecto CIAKL, curso europeu de empreendedorismo para as indústrias criativas, que envolve várias universidades e empresas europeias da indústria, procurando novos modelos de negócio para as indústrias criativas. Defendeu a sua tese de Mestrado em Estudos de Cinematográficos na mesma Universidade, com um projeto de Transmedia "Lápis Azul”. Licenciado em Cinema, Vídeo e Comunicação Multimédia na Universidade Lusófona.
Frequentou o Programa Erasmus na SZFE (Universidade de Teatro, Cinema e Televisão) em Budapeste, Hungria, participou do Digital Media Summer Institute, 2011, UT Austin | Portugal 2011 em "Convergence Culture" e "Transmedia Storytelling in the Contemporary Media Global Media"na Universidade Nova de Lisboa, trabalha no Grupo Impresa como Gestor de Produto na Direção de produtos e serviços digitas e é um dos responsáveis da implementação da tecnologia 360º VR no Grupo. Professor da Universidade Lusófona em várias licenciaturas e mestrados nas áreas de Transmedia e 360ºVR.
Realizou a curta-metragem "Moeda Viva" sobre o trabalho de Pierre Klossowski, filme selecionado para exibição na Cinemateca Portuguesa e Museu Berardo, "O Tenente" filmado em Super 16 mm sobre a criação da República Portuguesa em 1910 - primeiro prémio ICA / Lusófona 2010, prémio ZON, venceu o III Festival de Digital de Odemira e o prémio Augusta para melhor curta-metragem no Festival de Cinema Bragacine. O filme foi exibido na SIC Notícias e em vários festivais nacionais e internacionais. “Um Natal Especial" filmado em Super 16 mm em 2010, exibido na RTP. Produziu e realizou o projeto Transmedia "Mutter" exibido na SIC Radical, que teve como objetivo principal o desenvolvimento de uma narrativa transmedia que integrasse diferentes plataformas e cruzamentos narrativos e dramáticos, o projeto foi premiado na ZON e esteve presente em vários festivais de cinema, nacionais e internacionais. Realizou e produziu o projeto Transmedia "Lápis Azul" sobre a censura em Portugal, composto por um filme de ficção e um documentário, o projeto foi exibido pela SIC, SIC noticias e esteve em exibição nas salas de cinemas. O projeto ganhou O premio Sophia da Academia de Cinema Português, para melhor documentário em curta-metragem, prémio para melhor argumento original festival Caminhos do Cinema Português e o prémio Augusta para melhor filme português no Festival de Cinema Bragacine.