Programa


09:00
Recepção

09:30
Abertura

Moderação: Francisco Paiva

10:00
Lluis Ortega
El diseñador total: Autoría en la arquitectura de la época posdigital

10:45
Luís Nogueira
De Parrásio ao Photoshop: o fascínio do engano

12:30
Almoço

Moderação: Paulo Serra

14:00
David Santos
O Espelho da Origem, ou a Diferença no Espaço do Museu entre a (Re)Presentação e a (A)Presentação do Real

14:45
João Paulo Queiroz
Identidade e média: alguns problemas no Género

15:30
Inês Moreira
Curadoria, investigação e intervenção: da ruína industrial à exposição permanente da Casa da Memória de Guimarães

16:15
Issa Touma
Return to Aleppo
(Master Class e exibição de filmes com o realizador Issa Touma nos dias 24 e 25 de Maio, respectivamente)

17:00
Encerramento

Oradores

Lluís Ortega

Lluís Ortega (Barcelona, 1972) estudió arquitectura en la Escola Tècnica Superior d’Arquitectura de Barcelona (ETSAB), un máster en la Columbia University y es doctor arquitecto por la ETSAB. Fundó el estudio de arquitectura Sio2Arch (anteriormente f451) junto a sus socios Santiago Ibarra, Xavier Osarte y Esther Segura. Después de haber sido profesor en Harvard University, ETSAB, Universidad de Alicante y Akademie der bildende Künste de Viena, actualmente es profesor asociado en el Illinois Institute of Technology (IIT) y profesor invitado en la Universidad Torcuato di Tella de Buenos Aires. Fue editor de la revista 2G (2000-2001), director de Quaderns d’Arquitectura i Urbanisme (2003-2005), editor del libro de textos de Josep Llinàs Saques de esquina (2002, con Moisés Puente), de Platform GSD (2008) y de La digitalización toma el mando (2009), y autor de Suprarrural (2016, con Ciro Najle). En 2014 fue comisario adjunto y diseñador del montaje del Pabellón de España en la Bienal de Arquitectura de Venecia.

Luís Nogueira

Luís Nogueira é professor auxiliar no Departamento de Comunicação e Artes da UBI. Entre 2008 e 2015 foi diretor da licenciatura em Cinema. Leciona unidades curriculares como Géneros Cinematográficos, História do Cinema, Montagem, Cinema de Animação ou Cinema e Outras Artes. Publicou diversos livros sobre cinema (disponíveis em http://www.labcom-ifp.ubi.pt/books)

David Santos

Historiador de arte e curador de arte moderna e contemporânea. Doutorado em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. É atualmente Subdiretor-Geral do Património Cultural. Foi Diretor do Museu do Neo-Realismo de 2007 a 2013 e Diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado de Dezembro de 2013 a Julho de 2015. Foi Curador-Geral da BF16 (Bienal de Fotografia / V.F. Xira), de Outubro 2016 a Março de 2017. Autor de diversos estudos sobre arte publicados em catálogos e volumes coletivos, publicou ainda “Marcel Duchamp e o readymade – Une Sorte de Rendez-vous” (Assírio & Alvim, 2007) e “A Reinvenção do Real – Curadoria e Arte Contemporânea no Museu do Neo-Realismo”, (Documenta, 2014). Foi distinguido em 2015 com o Prémio (ex aequo) de Crítica e Ensaística de Arte e Arquitetura – AICA/Fundação Carmona e Costa, e ainda com o Prémio APOM de Investigação. Foi também docente convidado do ensino superior na Escola da Artes da Universidade Católica Portuguesa (2001-2004, Porto), na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2015), e professor assistente na Escola Superior de Design do IADE, entre 1998 e 2009. Foi crítico de arte nos semanários “Já” (1996), “O Independente” (1997-2000), e nas revistas “Arte Ibérica” (1997-2000), “Artecapital.net” (2006-2007) e “Arqa – revista de arquitectura e arte” (2000-2013). É mestre em História Política e Social (Universidade Lusófona), pós-graduado em História de Arte e licenciado em História, variante de História de Arte, (ambos pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa).

Inês Moreira

Inês Moreira (1977, Porto) é licenciada [FAUP, 2001] e Arquitecta [nº 11274 OA]. Desenvolve o seu Pós-Doutoramento no Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa, com o projecto individual “Revitalizar Espaços Pós-Industriais através da Curadoria, na Europa, no Século XXI”. Doutorada em Curatorial/Knowledge pelo Goldsmiths College da University of London, 2014, com a tese Performing Building Sites, a curatorial research in/on/through space. Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto onde leciona Cultura Contemporânea e Estudos Curatoriais no Mestrado de Estudos Curatoriais. Orienta teses de Doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Mestre em Arquitectura e Cultura Urbana pelo Master Metropolis/UPC, Barcelona, 2003. Profere regularmente conferências em diversas Universidades e organiza conferências e encontros académicos em diversas instituições. Escreve e publica regularmente em revistas e publicações culturais e académicas sobre arquitectura. Co-editora, com Paula Melâneo, do Jornal Arquitectos, a revista de arquitectura da Ordem dos Arquitectos, desde 2016. Programadora do programa de Arquitectura de “Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura”, 2010-2012. Consultora e programadora de diversos projectos culturais na Reitoria da Universidade do Porto, desde 2006. Membro da coordenação artística do Lab-Bel, Laboratoire Artistique do Groupe Bel, Paris, França, desde 2010. Coordenadora do “Laboratorio de Arte Experimental” do Instituto das Artes/Ministério da Cultura, 2003-05. Os seus projectos curatoriais relacionam-se com lugares específicos (como hangares industriais, edifícios históricos em ruína, museus abandonados ou arquitecturas menores), explorando no seu processo de investigação e produção, a intersecção da arte, da arquitectura, da tecnologia e das ciências humanas. Desde 2001 que desenha cenografias e conceitos espaciais para exposições (em França, Polónia, Espanha e Portugal).

João Paulo Queiroz

Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas-Artes, Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes (CIEBA). Curso de Pintura pela ESBAL. Mestre em Comunicação pelo ISCTE. Doutor em Belas-Artes pela Universidade de Lisboa. Coordenador do Congresso Internacional CSO (2010 a 2017) e diretor do periódico académico "Estúdio", (índex. Scielo, Qualis: "A2"). Coordenador do Congresso Matéria-Prima, Práticas das Artes Visuais no Ensino Básico e Secundário (2012 a 2017). Atualmente é Diretor do CIEBA.

Issa Touma

Issa Touma is a self-taught photographer & Film director based in Aleppo. His work can be found in several international collections, including the Victoria & Albert Museum in London & FOMU Museum in Antwerpen. 2016 was a special year for Issa Touma, his movie 9 Days from my window in Aleppo won an award by the European Film Award for Best Short Film. The movie won also in the same year the Best Short Film at the London Film Festival and the Tribute Award at the International Short Film Festival in New York. The "9 days..." movie as been shown in more than 60 festivals and around 40 cultural activities around the world. His new movie Greetings from Aleppo opened the IFFR (International Film Festival of Rotterdam - Jan 2017). In 1992 he opened the Black and White Gallery, the first exhibition space dedicated to photography in the Middle East. After its closure in 1996, he founded Le Pont, an independent organization and gallery that promotes freedom of expression and stimulates the local art scene through international events: the International Photo Festival (first held in 1997) and the International Women's Art Festival (launched in 1999). In 2012, shortly after the outbreak of the Syrian civil war, Le Pont initiated Art Camping, for Syrian refugees and citizens of Aleppo. This unique collaborative project, whose participants come from different religious and ethnic backgrounds, attempts to foster resistance to political and religious radicalism through artistic interventions and cultural dialogue. During the years 2015 & 2016, Issa Touma was granted refugee status in Europe and besides his film work he opened two photographic exhibitions: Lost Cities and Women We Have Not Lost Yet. This last one tells the stories of those who lived through the crisis in Syria. He keeps giving lectures all around Europe and for more than 50 cities now. At the moment he is an artist in residence at the Swedish city of Gävle with a scholarship from ICORN | international cities of refuge network.

Comunicações

Lluís Ortega

El diseñador total
Autoría en la arquitectura de la época posdigital

En 1968 se inauguró Cibernetic Serendipity, una exposición comisariada por Jasia Reichardt y celebrada en el Institute of Contemporary Arts (ICA) de Londres. Fue en esta exposición donde por primera vez se experimentó con ordenadores en todo tipo de procesos creativos, desde la composición musical hasta los ejercicios literarios, pasando por la producción gráfica y las instalaciones interactivas. También ese mismo año de 1968 moría Sigfried Giedion, autor de Mechanization Takes Command, un estudio que reformuló la historiografía haciendo un repaso del impacto que la mecanización había tenido en la modernidad. De alguna forma, la exposición marcó el arranque de un nuevo fenómeno, la digitalización, que reemplazaría a la mecanización en su articulación de la cultura vigente. Ha pasado casi medio siglo desde entonces y la digitalización impregna ya nuestras vidas a todos los niveles.
Esta presentación es, en parte, una crítica a las microhistorias especializadas desde las que suele abordarse el fenómeno de lo digital en la arquitectura. En una sociedad que promueve constantemente los conocimientos especializados —que se multiplican a un ritmo exponencial—, cada vez resulta más difícil disponer de una “cultura general”, y la arquitectura no es ninguna excepción en este sentido. Si la tecnología se articula como un fondo de especialización, pero también afecta transversalmente a toda la cultura arquitectónica, se hace necesario abordar estudios que traten la digitalización desde una perspectiva holística y cultural. Esto no significa intentar establecer una narración globalizante o un macrodiscurso, pero sí aportar una visión lo más abierta posible del fenómeno.


Luís Nogueira

De Parrásio ao Photoshop: o fascínio do engano

O ceticismo em relação aos media vem normalmente acompanhado de um mais ou menos indisfarçável fascínio estético com o seu virtuoso poder enganador – mesmo nos casos em que reprovamos o seu uso vicioso. Da clássica disputa entre Parrásio e Zeuxis ao contemporâneo e omnipresente Photoshop, do simples (re)enquadramento à mais dissimulada manipulação, da fotografia ao cinema, da pintura à escultura, abundam os exemplos de uma mais lúdica ou mais perversa prática do engano. Os dias correntes, de fake news e pós-verdades, parecem-nos disso bem sintomáticos.
Quando os autores do truque se assumem como diletantes ilusionistas ou quando, enquanto espectadores, estamos a salvo de qualquer dano moral e fora da perigosidade do engodo ou da mentira, podemos mesmo aceitar tais situações com um espanto inefável e bondoso. Mas quando somos transportados para uma dissimulada intencionalidade política, ideológica ou discursiva manifesta na perversão ou na subversão do potencial de qualquer media, adentramos inevitavelmente em dimensões de clara problematização teórica ou ética: o cândido pode dar lugar ao abusivo, a mimesis pode tornar-se trompe l’oeil, a semiótica e a epistemologia podem falir e a memória e a identidade podem estar em risco.
É deste múltiplo desdobramento da imitação mediada e respetivas consequências que nos ocupamos aqui.


David Santos

O Espelho da Origem, ou a Diferença no Espaço do Museu entre a (Re)Presentação e a (A)Presentação do Real

À pergunta Quem tem medo da arte contemporânea?, podemos responder, sem receio: pessoas e organizações. Comecemos pelos últimos. Por razões ligadas ao reflexo da ordem vigente na sua condição institucional, até os museus e centros de arte contemporânea manifestam, por vezes, receio e oposição declarada a certas manifestações de arte contemporânea…
Exemplo concreto, mais recente e paradigmático: a performance de Deborah de Robertis “Miroir de l'origine” [2014] perante a “Origem do mundo” [1865] de Gustave Courbet”. Aí, a pretexto da imoralidade, a organização museológica tentou interromper a performance (inesperada, porque não programada pela instituição) que (a)presentava apenas o referente real (a vagina) fixado na (re)presentação realista da obra de Courbet. Uma das questões contidas nesta ação performativa era, afinal, saber até que ponto a (re)presentação de uma “vagina” autoriza a análise ótica no espaço público dos pormenores do seu referente, sem qualquer espécie de perturbação social ou moral. Contudo, nem sempre foi assim. A “Origem do mundo” de Courbet esteve durante quase um século escondida do olhar público e apenas em privado era apresentada, em momentos especiais.


Inês Moreira

Curadoria, investigação e intervenção: da ruína industrial à exposição permanente da Casa da Memória de Guimarães

A curadoria toma diversos caminhos, sendo a exposição de conteúdos e autores, tanto contemporâneos como históricos, aquele mais convencionalmente conhecido. À conservação da cultura material e histórica acrescem manifestações curatoriais efémeras em que o objecto perde centralidade, como nos acontecimentos, transmitindo-se conteúdos conceptuais e imateriais.
Noutra abordagem especificamente crítica e investigativa da curadoria, procura-se desenvolver conhecimento sobre o real, simultaneamente intervindo e transformando a realidade. Se no campo académico, nomeadamente nas ciências sociais, existem propostas de investigação-acção que agem sobre o campo de estudo (ex: etnografia, ou psicologia), a curadoria, no cruzamento com a produção cultural e a arquitectura, permite que a investigação se oriente para a intervenção, como em casos de participação comunitária.
Ilustrarei este entendimento crítico sobre curadoria, investigação e intervenção com a minha experiência profissional e académica em espaços e arquitecturas abandonadas, expondo ocupações efémeras e ruínas, bem como a curadoria de uma exposição permanente em espaço industrial, a Casa da Memória de Guimarães (2016), dedicada à comunidade e ao território.


João Paulo Queiroz

Identidade e média: alguns problemas no Género

Debruço-me sobre os enviesamentos de género na publicidade televisiva. As necessidades de consumo do capitalismo avançado são mediatizadas por retóricas publicitária que definem os seus alvos com a precisão e delimitação de um campo de batalha. A eficácia divide a audiência em segmentos - idade, género. Há um desequilíbrio de género presente em alguns dos resultados de uma análise quantitativa de conteúdo sobre a publicidade.

Issa Touma

Return to Aleppo

I had just received an award for my short film “9 days from my window in Aleppo”, at Wroclaw city’s European Film Festival, in Poland, when my mobile started buzzing with news I was far from imagining real: Aleppo was going to be united again. The day after - December 11th, 2016 - I was returning home.
The journey was safe. When I entered Aleppo, the city was covered in thick black smog and I heard the sound of heavy bombing, but it was also filled with hopeful faces. I asked many people if they really thought Aleppo would be united again and every single person said yes.
My house became free from military occupancy by December 16th. I hadn’t been there for four years and almost didn’t have the necessary courage to go and see it - but by the end of the day I finally went home. The streets were in a bad condition and everything inside had been stolen. During the following days, I often visited my house to see and remember what I had lost. After six long years of war in Aleppo, I don’t feel angry for some reason, just happy to be able to return to my apartment. Many Syrian people had lost a lot more than their belongings and, although I still considered myself a citizen, that was also my case.
At the beginning of January 2017, before traveling back to Europe, I wanted to visit my apartment for a last time. I found out then that many of my neighbors had returned and already started to clean and fix their homes. That’s the thing about Aleppo - people won’t wait for Western’s assistance to help rebuilding their homes, they’ll do it themselves, just like my neighbors did. Just like I will do soon too. I already ordered a new door.
Keywords: Aleppo, hope, home, rebuilding.

Comissões


Comissão Executiva

Organização
Francisco Paiva
Paulo Serra

Design
Sara Constante

Web Developer / Apoio Informático
Susana Costa

Apoio Administrativo
Mércia Pires

Apoio Logístico
LabCom.IFP - Comunicação, Filosofia e Humanidades

Contactos



Localização

Universidade da Beira Interior
Faculdade de Artes e Letras
Departamento de Comunicação e Artes
Rua Marquês D'Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã, Portugal


Telefone

(+351) 275 242 023 / ext. 1201