Jornadas de Ética
Jornadas de Ética
12 Abril 2019
Sala dos Conselhos / UBI
09h30
Abertura
09h45
Constantine Sandis (Univ. Hertfordshire)
Action, Duty, and Luck
10h45
Rui Sampaio e Silva (Univ. Açores)
The Automaticity of Human Behaviour and the Intellectualist Bias in the Philosophy of Action
11h45
Fernanda Henriques (UE/Labcom.IFP)
Seyla Benhabib: em torno da problemática do universalismo ético.
13h00
Almoço
14h30
Maria do Céu Patrão Neves (Univ. Açores)
Decisões em fim de vida: interpretações e equívocos
15h30
José António Duarte Domingues (UBI/Labcom/IFP)
Da admissibilidade ética da morte voluntária
Constantine Sandis, Action, Duty, and Luck
This paper argues that theories of what makes an action right or justified are insufficiently concerned with questions in the philosophy of action. If I am right, this will hold true of more conceptions of action and areas of moral discourse than I am able to address in a single paper. So while the reach of my most general argument is intended to be very wide, I shall proceed by focused discussions of individual debates in both action theory and ethics. I proceed by presenting a familiar distinction between the things we do and our acts of doing them before using a range of examples to demonstrate its relevance for normative ethics and moral epistemology. A particular case in point is the interminable debate between consequentialists, deontologists, and virtue-theorists on the potential relevance of person's motives and intentions to the rightness or wrongness of her acts, but I shall also discuss debates concerning moral luck and acting under uncertainty. My aim is to show why it is that a number of controversies ethical theory take on an entirely new shape once we disambiguate the two concepts of action in question, let alone fix their ontological detail.
Rui Sampaio da Silva, The Automaticity of Human Behaviour and the Intellectualist Bias in the Philosophy of Action
According to contemporary psychology and cognitive science, most of our actions, including morally relevant actions, are automatic and not consciously controlled. This pervasive automaticity of human behaviour challenges traditional views on responsibility and agency, and in particular intellectualist accounts of human action that emphasize the role of deliberation and conscious judgement. Habitual actions, being automatic and done without conscious reasons, do no fit an intellectualist model; on the other hand, recent empirical research has revealed the existence of automatic and unconscious mechanisms that have a significant causal influence on human behaviour. I argue that traditional methods of virtue acquisition can help us to reconcile automaticity with agency and responsibility, but they should be complemented by a deep knowledge of the nature of our automatic mind.
Fernanda Henriques, Seyla Benhabib: em torno da problemática do universalismo ético
As últimas décadas viram nascer, a partir de diversas fontes, uma crítica cerrada ao universalismo ético tal como ele nos foi legado pela modernidade clássica, denunciando o seu carater abstrato e por se ter mantido como bitola universal, embora tenha sido constituído com base numa posição eurocêntrica, branca e masculina. Tendo uma intencionalidade boa - passe a valoração moral - o conceito de universal, produzido no auge da especulação europeia, foi um forte operador de discriminações, permitindo a construção de fronteiras entre “um nós”, humano, científico, capaz de definir a verdade e o bem, e um “fora de nós”, não totalmente humano. As fontes das críticas vão desde as lutas pelo reconhecimento, às perspetivas sobre a cidadania multicultural e às reivindicações de muitas teorias feministas. No quadro de tais críticas, há posições que opõem ao universalismo ético um contextualismo estrito e há outras posições que propõem uma transformação do conceito de universalismo de modo a torná-lo sensível aos contextos, sem perder o pendor abrangente com que nasceu. Seyla Benhabib é uma autora que se pode inscrever nesta última posição, através da sua elaboração das categorias de alteridade concreta e de universalismo interativo. Neste texto, vou ocupar me, essencialmente, da análise da posição de Benhabib em torno da questão do valor e dos limites do universalismo em ética.
Maria do Céu Patrão Neves, Decisões em fim de vida: interpretações e equívocos
Decisões em fim de vida: interpretações e equívocos” refere-se às principais questões (éticas) que se colocam em fim de vida, às diferentes interpretações sobre a realidade em debate e à necessidade de esclarecer os equívocos em prol de um debate racionalmente fundamentado (mais do que emotivamente estruturado) e intelectualmente honesto (mais do que instrumentalmente dirigido), em que as divergências não deixam de contribuir para consensos dinâmicos.
José António Domingues, Da admissibilidade ética da morte voluntária
Considera-se a exposição de elementos identificados e analisados como contributos para a decisão ética da eutanásia que encontramos no opúsculo de Hans Küng, Uma morte feliz (2014): 1. O desejo do sujeito de morrer, a escolha do momento e do modo, o controlo do fim da vida, a auto-determinação, a auto-responsabilidade, e o que isso significa na era actual da medicina de essência técnica; 2. Medicina humanitária; 3. Marco moral de uma eutanásia completamente responsável; 4. Visão religiosa e espiritual do fim da vida dos seres humanos; 5. Pergunta crítica: fim da vida, quem decide?