O Futuro da Emanciapação - Igualdades, Diferenças, Limites
27 - 28 Abril
A passagem do século e do milénio, marcada logo no ano 2001, não pela prometida odisseia no espaço, mas pelo trauma de 11 de setembro, embaciou o conceito de emancipação que, desde o seu advento, se tornara central para a Modernidade, passando pela saída do homem da sua menoridade, a que Kant chamou Aufklärung, e pela emancipação humana que Marx opôs à emancipação política em A Questão judaica. Hoje, contudo, as respostas de emancipação do(s) século(s) passado(s), se procuravam fazer sair de um estado de maior desigualdade, ou discriminação, ou menorização, já não podem ser consideradas respostas realizadoras. Hoje, o crescimento das desigualdades tornou-se o denominador comum da economia global, comprometem-se solidariedades sociais e comunitárias, mesmo intergeracionais, compromete-se até o mundo natural, a sustentabilidade do planeta, e os fundamentalismos fazem do espaço público e da convivialidade uma mera construção social degradável. Hoje, quando se reconhece que a Modernidade está em crise é este seu motor ínsito que está em crise: a emancipação e a sua representação, as suas causas e a suas políticas concretas.
O que nos propomos neste colóquio é trazer à discussão, a partir deste contexto contemporâneo, o conceito de emancipação, perguntar pelo que permanece de emancipador na ideia de emancipação, identificar os seus mais prementes horizontes de verificação, pensar por que linhas pode pensar-se novas práticas de emancipação. Semelhante discussão releva tanto do pensamento filosófico, nomeadamente político e social, como da sociologia, da teoria social e das políticas sociais, razão por que nos propomos apresentar este colóquio na forma de uma co-organização entre o Núcleo de Filosofia Prática do LABCOM.IFP e o CIES, tanto pelo seu pólo da UBI, como pelo seu associado Observatório das Desigualdades.
Propõe-se que a discussão sobre a problemática contemporânea da emancipação, depois das questões conceptuais, se desdobre em três coordenadas: uma primeira, em torno da problemática das desigualdades e os seus muitos rostos; uma segunda, sobre o problema, cada vez mais tenso, das diferenças e da convivialidade; e, por fim, uma terceira dimensão que tenha em atenção os temas, cada vez mais prementes, dos limites que a existência e um mundo finitos impõem.
Auditório do Museu dos Lanifícios / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade da Beira Interior
Universidade da Beira Interior
A passagem do século e do milénio, marcada logo no ano 2001, não pela prometida odisseia no espaço, mas pelo trauma de 11 de setembro, embaciou o conceito de emancipação que, desde o seu advento, se tornara central para a Modernidade, passando pela saída do homem da sua menoridade, a que Kant chamou Aufklärung, e pela emancipação humana que Marx opôs à emancipação política em A Questão judaica. Hoje, contudo, as respostas de emancipação do(s) século(s) passado(s), se procuravam fazer sair de um estado de maior desigualdade, ou discriminação, ou menorização, já não podem ser consideradas respostas realizadoras. Hoje, o crescimento das desigualdades tornou-se o denominador comum da economia global, comprometem-se solidariedades sociais e comunitárias, mesmo intergeracionais, compromete-se até o mundo natural, a sustentabilidade do planeta, e os fundamentalismos fazem do espaço público e da convivialidade uma mera construção social degradável. Hoje, quando se reconhece que a Modernidade está em crise é este seu motor ínsito que está em crise: a emancipação e a sua representação, as suas causas e a suas políticas concretas.
O que nos propomos neste colóquio é trazer à discussão, a partir deste contexto contemporâneo, o conceito de emancipação, perguntar pelo que permanece de emancipador na ideia de emancipação, identificar os seus mais prementes horizontes de verificação, pensar por que linhas pode pensar-se novas práticas de emancipação. Semelhante discussão releva tanto do pensamento filosófico, nomeadamente político e social, como da sociologia, da teoria social e das políticas sociais, razão por que nos propomos apresentar este colóquio na forma de uma co-organização entre o Núcleo de Filosofia Prática do LABCOM.IFP e o CIES, tanto pelo seu pólo da UBI, como pelo seu associado Observatório das Desigualdades.
Propõe-se que a discussão sobre a problemática contemporânea da emancipação, depois das questões conceptuais, se desdobre em três coordenadas: uma primeira, em torno da problemática das desigualdades e os seus muitos rostos; uma segunda, sobre o problema, cada vez mais tenso, das diferenças e da convivialidade; e, por fim, uma terceira dimensão que tenha em atenção os temas, cada vez mais prementes, dos limites que a existência e um mundo finitos impõem.