Este livro insere-se no amplo debate hoje existente sobre o papel dos media e do jornalismo na promoção de uma participação política mais efetiva. Desenrola-se em torno de três polos distintos mas interligados: a comunicação no cerne da política, as consequências cívicas das novas modalidades de comunicação e, por fim, as funções que neste processo cabem - ou poderão caber – ao jornalismo.

Toma como ponto de partida linhas teóricas bem definidas (democracia deliberativa, democracia digital, jornalismo público, cívico ou interactivo) para pensar propostas que visam o aprofundamento da vida cívica, num período que, embora sujeito a alterações vertiginosas, procura recuperar muitos dos ideais clássicos da idade moderna: participação igual, livre e informada. Recusando qualquer leitura simplista que advogue uma interpretação de na linha de um determinismo tecnológico, verifica-se aqui que 1) sendo a participação discursiva uma exigência normativa das sociedades democráticas contemporâneas, 2) possuindo as novas modalidades de comunicação digitais todo um vasto conjunto de requisitos que amplificam o acesso à troca de mensagens, 3) continuam a ser as variáveis socioculturais a determinar em que medida os avanços tecnológicos são incorporados em práticas que incrementem a vida cívica.