by Fátima Chinita
Collection: Ars
Year of edition: 2013
ISBN: 978-989-654-118-7
Price of the print edition: € 8
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Synopsis
Com INLAND EMPIRE (2006) David Lynch realiza uma obra inteiramente metacinematográfica, provando que este género transversal à História do cinema é passível de coexistir com uma poética arrojada, de pendor moderno, segundo a divisão que Gilles Deleuze faz da Sétima Arte.
A produção teórica sobre esta vertente fílmica de Lynch é em termos internacionais muito escassa e em Portugal virtualmente inexistente, justificando que se proceda um trabalho de investigação nestes moldes. Ademais, INLAND EMPIRE não é um exemplo isolado na obra do cineasta, mas sim o ponto culminante de uma carreira que tem vindo a prestar cada vez mais atenção à temática meta-espectatorial.
A abordagem de Lynch tem a particularidade de congregar num único trabalho o desejo de manifestar o vidente espelhando igualmente o filme, o que permite abordar INLAND EMPIRE como reflexividade na óptica do espectador. Trata-se de encenar uma alegoria do vidente, mas equacionando produção com recepção. Deste modo, o presente livro adopta o mecanismo da enunciação como base da reflexividade institucional e narrativa em duas secções teóricas distintas versando, respectivamente, a (re)duplicação especular e a mise en abyme. A cada um destes capítulos corresponde uma análise prática directamente relacionada com os factores teóricos apontados.
A obra culmina com um areflexão sobre as implicações do cinema digital para a execução de alegorias cinematográficas e a sua influência em INLAND EMPIRE, que já foi inteiramente produzido com esta tecnologia.
Index
Introdução - 5
PARTE I - A AUTO-REFLEXIVIDADE COMO ENUNCIAÇÃO AUTORAL - 23
Capítulo 1 - O CINEMA DA REFLEXIVIDADE - 25
1.1. A reflexividade no cinema, ou o cinema especular - 25
1.2. As bases da teoria especular - 27
1.3. O espectador no contexto do cinema reflexivo - 42
1.4. As alegorias do espectador - 47
Capítulo 2 - REFLEXIVIDADE EM INLAND EMPIRE - 65
2.1. Para uma análise da estrutura - 65
2.2. O filme reflecte-se - 85
2.3. O metacinema como olhar duplicado - 115
PARTE II - A DINÂMICA ESPECULAR E A NARRATIVA FÍLMICA
Capítulo 3 - MISE EN ABYME E ENUNCIAÇÃO - 129
3.1. A “construção em abismo” - 129
3.2. Tipologias de mise en abyme - 135
3.3. O espectador enunciador - 153
3.4. O fluxo temporal segundo Deleuze - 159
Capítulo 4 - MISE EN ABYME DE ENUNCIAÇÃO EM INLAND EMPIRE - 167
4.1. “Todos os filmes são filmes de ficção” - 167
4.2. A enunciação aporética -. 182
4.3. O filme mental e a experiência cinematográfica - 205
4.4. O tempo não cronológico - 210
4.5. De volta ao enunciado – a sinopse das histórias - 223
Conclusão: A alegoria na era do digital - 229
Bibliografia - 249
Estrutura fílmica - 265